Nossas Escolhas Diárias
Para entendermos as escolhas e como elas acontecem, temos que entender primeiro quem são esses seres que escolhem: “NÓS”.
Quando dizemos, “eu escolho evoluir”, essa frase primeiro passou pelo nosso mental, que refletiu sobre o assunto e acionou a emoção, o sentimento específico sobre o pensamento que foi formulado.
Esse ato de pensar e sentir exterioriza uma energia contendo informações equilibradas, positivas ou não sobre a frase pensada, e isso vai refletir-se no nosso veículo físico, através da ação da fala.
Quando finalmente falamos a frase, ela vem carregada com todas as características do nosso pensamento, sentimento e energia consciencial, isto é a nossa energia pessoal, a qualidade que damos nas nossas manifestações. A essa qualidade consciencial dá-se o nome de padrão pensênico (pensamento +sentimento+energia).
O padrão pensênico equilibrado é aquele que promove bem-estar, pois está carregado de informações pró-evolutivas: discernimento, lucidez, fraternismo, alegria, otimismo, compreensão, perdão, amor. Quem não fica bem ao lado de alguém com essas qualidades? E a pessoa “proprietária” dessas virtudes, também é sempre uma pessoa de bem com o mundo.
Pois bem, escolher evoluir, é escolher estar bem em qualquer circunstância, seja ela agradável, junto de pessoas queridas e afins ou em situações complicadas de desequilíbrio, agressividade, tristeza, desespero, medo, angústia, ciúmes, egoísmo, etc.
E assim acontece o dia inteiro, em todas as nossas atividades, sejam elas a nível mental, emocional ou na vida prática: sobre tudo o que pensamos e sentimos emanamos uma energia correspondente. É de extrema importância sabermos da qualidade dos nossos pensamentos e sentimentos, porque isso vai se refletir diretamente nas nossas energias, nas nossas ocupações e nos nossos relacionamentos. A pessoa saudável é aquela que promove o equilíbrio de todos os seus veículos, através da ponderação dos seus pensamentos, da prudência com suas emoções e da calma nas suas ações. Não vale a pena agir sem pensar; dificilmente em situações de crise conseguiremos alguma solução positiva se agirmos através da emoção descontrolada; geralmente o resultado é catastrófico.
Evoluir é uma escolha inteligente fincada no mental, desenvolvida através de auto-questionamentos constantes:
- “Por quê escolho tal situação?”
- “Que outra escolha pode ser melhor?”
- “Qual sensação essa escolha me traz: de bem estar ou incômodo?”
- “Por quê deixo os outros escolherem por mim?”
- “Por quê só eu acho que sei escolher o melhor?”
- “Por quê não permito que os outros façam suas escolhas, quando estou numa grupalidade?”
- “Por quê escolho sempre me preocupar com tudo e com todos?”
- “Por quê escolho fechar a cara, ao invés de abrir um sorriso e deixar o mal-estar pra lá?”
- “Por quê escolho mentir?”
- “Por quê escolho trair?”
- “Por quê escolho prejudicar os outros, buscando somente o meu benefício e o do meu grupo mais próximo?”
- “Por quê escolho ter medo?”
- “Por quê escolho ter ciúme?”
- “Por quê escolho o passado, ao invés de investir no presente?”
- “Por quê escolho chorar e reclamar, ao invés de buscar respostas lúcidas para os meus problemas?”
Esses e outros questionamentos provocam em nós crises altamente positivas de auto-enfrentamento de situações que sempre “varremos para debaixo do tapete”, fazendo de conta que está tudo bem e sob controle, quando na realidade, o tapete acoberta sujeira antiga e acumulada, inútil e dificultadora para o nosso avanço consciencial. Cada situação mal resolvida, é um assunto pendente pedindo solução e que não será resolvido até escolhermos levantar o tapete (autoquestionamento), encarar a sujeira (auto-enfrentamento) e partirmos para uma limpeza geral (autosuperação).
Quando conseguimos superar uma única dificuldade, a sensação de alívio já é sentida e o bem-estar é muito grande.
Muita gente fala: ”Esse negócio de evoluir, de autoconhecimento, de enfrentar as próprias deficiências e superá-las é difícil, complicado e demora muito!” Pois bem, sem investimento é muito difícil haver realização. Na evolução de cada um é a mesma coisa: precisamos da vontade vulcânica, aquela que vem forte de dentro e explode varrendo tudo à sua volta para começarmos o processo e mantê-lo, mas o resultado alcançado é extremamente salutar, benéfico, de felicidade e completude interior enormes.
É muito mais complicado, difícil e demorado ficarmos presos em posturas retrógradas, egoístas e acomodadas que só nos trazem infelicidade, angústia, medo, preocupação, tristeza, insegurança, nos aprisionando doentiamente a determinadas situações ou pessoas.
A escolha feita pelo discernimento, pela pesquisa, pelo estudo aprofundado sobre nós mesmos é a melhor opção que alguém pode fazer hoje, aqui, neste planeta onde vivemos e no atual estágio evolutivo que nos encontramos.
Através da reflexão, questionamento, pesquisa, as chances de escolhas mais acertadas aumentam muito e as possibilidades de uma vida futura mais tranqüila pela aceitação e entendimento também são muito maiores; afinal toda ação tem sua reação: desequilíbrio traz incômodo e insatisfação; equilíbrio traz entendimento e bem estar.
Uma maneira fácil e de retorno rápido para a aquisição de discernimento e equilíbrio é a anotação dos acontecimentos diários para análise e questionamentos, como por exemplo:
· “como reagi a nível mental e emocional, e qual foi minha conduta diante de uma fila de banco que não andava porque o funcionário era lento?”
· “qual foi minha postura diante de roda de amigos que criticava determinada pessoa ou situação?”
· “instalei um sorriso e dei um alegre “bom dia!” ao acordar?”
· “quantas críticas fiz durante o dia: junto às pessoas do meu convívio, no trânsito, no trabalho, diante de situações mais difíceis, ou em outras circunstâncias”?
· “nas situações mais conflitantes eu parei para pensar ou parei de pensar e explodi?”
· “hoje fui um conciliador ou, ao contrário, um incitador?”
· “li alguma coisa produtiva hoje?”
· “qual foi meu nível de ajuda aos outros: esclareci, mostrei caminhos, soube ouvir, soube sorrir, soube calar?”
Exercitando sempre a autopesquisa, através da investigação das nossas posturas diárias, conseguimos o autodiscernimento, a ponderação, o equilíbrio promotores de escolhas melhores, decisões mais acertadas e um nível de satisfação interior muito maior!
Virginia Sibon
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